Como usar o tédio a favor das crianças

As crianças estão acostumadas a uma infinidade de possibilidades de entretenimento. E quando se deparam com momentos nos quais não há nada para se fazer, o tédio e a ansiedade são inevitáveis.

Esse sentimento é visto por alguns como algo ruim. Afinal, passar horas sem fazer nada ou fazendo uma atividade repetitiva ou sem sentido pode ser bastante desesperador.

No entanto, quando aprendemos a transformar o tédio em ócio, por meio da leitura infantil, por exemplo, desfrutamos de todas as vantagens que o tempo livre nos proporciona. Assim, estimulamos a criatividade, o autocontrole, entre outras habilidades sociemocionais.

Nesse tempo de isolamento social, ocasionado pela pandemia do novo Coronavírus, muitas famílias estão tendo que aprender a lidar com crianças entediadas e ansiosas. Afinal, os pequenos não vão mais à escola, não encontram os amigos nem os avós, não podem brincar mais na pracinha ao final da tarde nem no playground do condomínio.

O papel dos pais nesse momento é essencial para ajudar os filhos a lidar com as emoções e os sentimentos. 

É sobre isso que vamos falar neste artigo. Continue lendo para saber como usar o tédio a favor das crianças.

Por que não é possível e nem devemos acabar com o tédio?

As crianças estão acostumadas a uma infinidade de possibilidades de entretenimento. E quando se deparam com momentos nos quais não há nada para se fazer, o tédio e a ansiedade são inevitáveis.

Esse sentimento é visto por alguns como algo ruim. Afinal, passar horas sem fazer nada ou fazendo uma atividade repetitiva ou sem sentido pode ser bastante desesperador.

No entanto, quando aprendemos a transformar o tédio em ócio, por meio da leitura infantil, por exemplo, desfrutamos de todas as vantagens que o tempo livre nos proporciona. Assim, estimulamos a criatividade, o autocontrole, entre outras habilidades sociemocionais.

Nesse tempo de isolamento social, ocasionado pela pandemia do novo Coronavírus, muitas famílias estão tendo que aprender a lidar com crianças entediadas e ansiosas. Afinal, os pequenos não vão mais à escola, não encontram os amigos nem os avós, não podem brincar mais na pracinha ao final da tarde nem no playground do condomínio.

O papel dos pais nesse momento é essencial para ajudar os filhos a lidar com as emoções e os sentimentos. 

É sobre isso que vamos falar neste artigo. Continue lendo para saber como usar o tédio a favor das crianças.

Por que não é possível e nem devemos acabar com o tédio?

“Nossa cultura e sistema hipervalorizam a produtividade e a competição, o que nos leva a uma necessidade de estarmos constantemente atualizados e com a sensação de estar fazendo ‘algo útil’, enquanto que os momentos de solidão e ócio jamais são tidos como virtude.”, afirma a psicóloga Ana Lídia Fonseca Zerbinatti, em um artigo publicado pela  Escola da Inteligência.

É por isso que, segundo a especialista, criamos e utilizamos diversos recursos tecnológicos para nos livrar do tédio. Por exemplo: se estamos na fila do mercado ou na sala de espera do dentista, logo pegamos o celular para nos distrair. E isto acontece também com as crianças.

Já reparou como é quase impossível ver uma criança sentada em uma mesa de restaurante simplesmente comendo ou vendo os adultos comerem? Na maioria das vezes, elas estão utilizando dispositivos eletrônicos para se entreter e, geralmente, estimuladas pelos pais.

Os pequenos, na verdade, aprendem desde cedo que é preciso sempre estar entretido com algo. O excesso de atividades extracurriculares, por exemplo, é um incentivador deste comportamento.

Esta atitude, de acordo com a psicóloga, nos afasta dos momentos de solitude e interiorização, tão importantes para nosso desenvolvimento pessoal. Assim, crescemos com grande dificuldade de saber como reagir a diversas situações como uma decepção amorosa ou um conflito no trabalho, por exemplo.

Então, para compensar tais dores, passamos horas em frente à TV, nas redes sociais, fazemos compras ou até mesmo utilizamos substâncias que amenizam quimicamente este estado.

Por mais que cresçamos acreditando que é preciso estar o tempo todo ocupado ou fazendo algo emocionante para aproveitar a vida, é impossível não vivenciar o tédio.

Então, é preciso saber lidar com ele e o quanto antes aprendermos, melhor. Por isso, é tão importante ensinar as crianças a tirar o melhor proveito possível dos momentos entediantes.

Como ensinar as crianças a aproveitar o tédio?

A seguir, veja algumas atitudes que os pais podem fazer para ensinar as crianças a aproveitar os momentos de tédio. Ou seja, guiá-las para que saibam como transformar o tempo livre em algo positivo – o ócio. Desta forma, em vez da angústia do tédio, elas poderão vivenciar o sentimento de satisfação e, ainda, poderão contemplar o prazer de não fazer nada.

Não exagere na quantidade de brinquedos

Quanto mais opções de brinquedos a criança tem, mais depressa ela se sente entediada. Isso porque, em meio a tantas possibilidades, a criança não se concentra e, então, passa de um brinquedo para outro rapidamente. Quando as opções se esgotam, ela se entedia, já que não sabe mais o que fazer.

Além disso, esse excesso estimula o consumismo, incentivando a criança, no futuro, a colocar o trabalho como prioridade para poder consumir mais e mais.

Com uma quantidade reduzida de brinquedos, o pequeno é estimulado a usar a criatividade para usufruir de todas as possibilidades de cada item.

Não sobrecarregue as crianças de afazeres

A sociedade – pais, escola e família – tem cobrado um esforço que, muitas vezes, ultrapassa os limites das crianças. O desejo de garantir um futuro de sucesso a elas acaba gerando uma cobrança exagerada por parte dos responsáveis. Assim, os pequenos ficam com uma agenda lotada de tarefas. O resultado é uma estafa física e mental.

De acordo com a psicomotricista e psicopedagoga Luciana Brites em entrevista à Revista Crescer (2017), quando as crianças são educadas para ter pouco tempo livre, elas se tornam adultos menos criativos, mais robotizados, e que precisam estar ocupados o tempo todo.

Tenha equilíbrio com o uso da tecnologia

O excesso de uso de dispositivos eletrônicos contribui para que os pequenos se sintam entediados facilmente. Isso porque a tecnologia oferece muita comodidade. Por exemplo, quando um desenho no Youtube termina, outro começa em seguida. A criança ainda pode escolher o que quer assistir com um simples clique. Então, ela acaba ficando alienada e se acostuma a vivenciar tudo muito rápido.

A tecnologia quando bem utilizada pode ser uma grande aliada para transformar o tédio em ócio. Para isso, é fundamental ensinar os pequenos a escolher conteúdos didáticos, divertidos e produtivos.

Encontre ferramentas para transformar a angústia do tédio em prazer do ócio

Ter momentos livres é essencial para o desenvolvimento da criança. Por isso, é importante que ela aprenda a encontrar soluções próprias para se autoentreter e apreciar o não fazer nada.

Isso não significa deixar a criança sozinha, até porque as pequenas, principalmente, precisam de supervisão e podem requisitar a ajuda de adultos. O que os pais podem fazer é criar ferramentas para transformar o tempo livre em algo positivo. Assim, à medida que cresce, a criança aprende a ter seu próprio repertório de autoentretenimento e como transformar o tédio em momentos de autoconhecimento, prazer compartilhado e descanso.

Confira algumas ferramentas:

  • Desenho espontâneo

Os adultos devem interferir o mínimo possível. Deixe que a criança escolha se vai usar lápis, giz de cera ou tinta. Ofereça folhas de papel e tempo para ela criar o que quiser. Essa atividade proporciona sensação de relaxamento, prazer e alívio mental.

  • Leitura sem roteiro

Entregue um livro à criança para que ela crie a própria história. Vale também deixar a imaginação sair das páginas dos livros e inventar enredos com os ambientes e objetos de casa. A capacidade de olhar para as mesmas coisas e lugares de uma maneira diferente do habitual colabora para espantar o aborrecimento causado pelo tédio e amplia os horizontes da criança.

  • Brincadeiras livres

Quando não está realizando nenhuma atividade estruturada, a criança explora o ambiente a partir de seus recursos, desenvolvendo, assim, a imaginação e a criatividade.

  • Cuidados com plantas e animais

O contato e a interação com a natureza exigem uma atenção integral e estimulam o senso de responsabilidade, solidariedade, respeito e empatia.

A gestão da emoção para lidar com o tédio e a ansiedade

ansiedade tem atingido as pessoas cada vez mais cedo, afetando inclusive as crianças. Por isso, o psiquiatra e escritor Augusto Cury define este problema como o mal do século.

Se você considera seu filho ansioso saiba que não está sozinho. Desde cedo, as crianças aprendem que praticamente tudo pode ser resolvido com um clique e que o conhecimento está ali para quem quiser ver, comentar e compartilhar.

Com isso, a capacidade de pensar, raciocinar e criar tem ficado de lado. Os pequenos estão imediatistas, querem tudo já e agora. E, claro, nem sempre as coisas vão ser como eles esperam.

Então, vem a frustração, sentimento com o qual poucos sabem lidar. As consequências disso são danosas: ansiedade, estresse, depressão e outros problemas que abalam a saúde emocional.

Por isso, é tão importante a participação ativa dos pais para estimular seus filhos no aprendizado da gestão da emoção.

A gestão da emoção é uma competência socioemocional que gera diversas habilidades como saber reconhecer as emoções e seus efeitos, ter autocontrole, conseguir gerenciar o estresse e a ansiedade, além de motivar pensamentos e atitudes positivas.

Crianças que sabem lidar com suas próprias emoções e as dos outros tornam-se adultos bem-sucedidos pessoalmente e profissionalmente.

Em um mundo com excessos de informação e pressão, ter o domínio da mente para saber filtrar o que é ou não importante para nossa vida é o segredo para uma boa saúde física e psíquica.

Isso é o que chamamos de inteligência emocional.

Desenvolver essa capacidade nas crianças depende de um trabalho conjunto dos educadores e, principalmente, dos pais ou seus cuidadores.

Para Augusto Cury, se as crianças e jovens aprendessem desde cedo a gerenciar as emoções, a humanidade seria outra, mais feliz e saudável.

Além disso, teríamos pensadores, e não repetidores de informação, com senso de observação, capacidade de se reinventar, de pensar a médio e longo prazo, de perceber as necessidades dos outros, de trabalhar perdas e frustrações, de reciclar falsas crenças.

Eles ainda seriam generosos, tolerantes, ousados, disciplinados, indagadores, carismáticos, empáticos e sonhadores.

Infelizmente, as crianças e jovens de hoje estão carentes de inteligência emocional e, por isso, além de outros problemas não conseguem lidar com o tédio e se tornam pessoas ansiosas. Mas, afinal, como desenvolvê-la?

A resposta é simples. Por meio de um tempo de qualidade e com as ferramentas certas.

Quando aprendemos desde a infância que devemos e podemos administrar a emoção e filtrar estímulos estressantes para contemplar o belo, libertar a criatividade, fomentar a generosidade, debelar o medo, dissipar a insegurança, controlar o instinto da agressividade, vivemos bem melhor.

Transformando o tédio em ócio

Por meio de brincadeiras, leitura e diálogo, os pais podem ensinar seus filhos a lidar com as emoções de forma saudável e, assim, transformar o tédio em ócio.

A brincadeira não é apenas um motivo de diversão na infância. Ela é também a principal forma de aprendizagem. Brincando, as crianças melhoram sua coordenação motora, desenvolvem a memória, ganham mais consciência corporal e aperfeiçoam as funções executivas do cérebro.

Além disso, a ludicidade ajuda a aumentar a criatividade e a ensinar valores essenciais sobre as regras de convivência com os outros. Ou seja, ela é indispensável para um crescimento saudável durante os primeiros anos de vida.

Já a leitura também aguça a criatividade e amplia o vocabulário e a visão de mundo.

Os livros também trazem ganhos para a concentração e memória, além de trabalhar a cognição e as competências socioemocionais. Assim, ajudam os pequenos a lidarem melhor e a entenderem os próprios sentimentos.

A leitura é uma ótima ferramenta para desenvolver a Inteligência Emocional, principalmente quando é feita em conjunto, pais e filhos envolvidos na história. Desta forma, além de incentivar as crianças a gostar de ler, esses momentos promovem a união e estreitam os laços familiares.

E, por meio de brincadeiras e leituras compartilhadas, a família tem momentos de muito diálogo.

Precisamos retomar a cultura do sentar-se à mesa para comer e falar sobre o dia de cada um e, principalmente, conversar sobre sentimentos.

Brincadeira, leitura e diálogo

Clube Auge reuniu essas três ferramentas – brincadeira, leitura e diálogo – em materiais exclusivos com o objetivo de promover a união da família e, assim, formar seres humanos melhores para um novo mundo.

Como funciona o Clube Auge?

Todo mês, nossos assinantes recebem um livro, um jogo e uma revista. Todos os materiais são desenvolvidos por psicólogos e pedagogos.

  • Livro

Cada narrativa aborda uma competência e muitas habilidades socioemocionais.

As histórias acontecem na floresta com uma turminha de animais muito animada e especial. Juntos, os personagens passam por experiências e aprendem a lidar com suas emoções, como expressá-las, quais são seus impactos no bem-estar e na qualidade das relações que estabelecem uns com os outros.

  • Jogo das Emoções

O jogo trabalha as quatro emoções básicas – alegria, tristeza, raiva e medo. Além disso, traz um bate-papo de interação com os comportamentos saudáveis e não saudáveis da Turma Auge. De forma divertida, você estimula o desenvolvimento pessoal de seu filho!

  • Revista da Família

Na Revista da Família, você encontra informações sobre a importância das competências socioemocionais. Há ainda dicas, técnicas e ferramentas para enriquecer o aprendizado da família no dia a dia. Com a leitura da revista, os pais podem explorar ainda mais as competências socioemocionais trazidas por meio da narrativa e do Jogo das Emoções.

Dependendo do plano escolhido, as famílias ainda recebem o Caderno de Desafios Socioemocionais e acesso a dois aplicativos.

Fonte: https://clubeauge.com.br/blog/tedio/

Leave a Reply

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *